UNIDADES ESCOLARES DO CAMPO
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
ANO
2010
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
UNIDADES ESCOLARES DO CAMPO
PREFEITA
Maria Angela da Silva Cardoso Castro
SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO
Ilce
Tourinho da Silva
DIRETORIA:
Maria Clara Ribeiro da Cruz Cardoso
Cleidineia Lima Santiago Malaquias
Rita Souza de Oliveira
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
Elizete Rodrigues
Ribeiro
Luciana Seara Brito
Firmino
ANO
2010
Apresentação
O presente documento apresentado,
foi elaborado com a finalidade de organizar a administração e democratizar as
decisões das Unidades Escolares do Campo. O mesmo permite o diagnóstico dos
problemas do presente e a decisão sobre as possíveis soluções que mudarão o
futuro.
As Unidades Escolares do Campo tem
sua estrutura administrativa, didático-pedagógica e disciplinar definidas nesse
Projeto Político Pedagógico.
São
dezessete Unidades Escolares do Campo, situadas em áreas rurais e perímetros
urbanos, distribuídas da seguinte forma: quatro unidades escolares na BR 101
(Adelite Almeida Santos, Ana Ribeiro de Moura, Natal e Santo Antônio), duas
unidades escolares da região do rio Pardo (Álvaro Guerreiro e Elza Dessimone),
quatro unidades na via Jacareci (Nossa Senhora de Lourdes, Maria Ivanci de
Carvalho, Córrego do Cedro e Samado Santos, sendo as duas últimas escolas
indígenas), duas na via Pau Brasil (Escola Emil Wildberger e Escola Rodrigues
Alves), uma unidade escolar no Povoado Novo Itamarati (Salustiano José dos
Santos), uma na via Bagó, fazenda Miriqui (Escola Inhazinha Vinhães), duas no
perímetro urbano (Escola Tereza Lima e Escola Comunitária Evany Batista Galvão)
e uma unidade escolar na via Santa Luzia (Escola Nossa Senhora Auxiliadora).
As
Unidades Escolares do Campo tem como Entidade Mantenedora, a Prefeitura
Municipal de Camacan que, entre outras competências, destaca-se a de realizar
concurso público e contratar todo o seu quadro de pessoal, conforme legislação
vigente.
Quadro de funcionários
das Unidades Escolares do Campo
Diretora: Maria
Clara Ribeiro da Cruz Cardoso [Graduada em Pedagogia]
Vice-Diretoras:
Cleidinéia Lima Santiago Malaquias [Licenciatura em Matemática]
Rita
Souza de Oliveira [Graduada em Pedagogia]
Coordenadoras pedagógicas: Elizete Rodrigues Ribeiro
[Graduada em Pedagogia]
Luciana Seara Brito Firmino [Graduada em
Pedagogia]
Secretária autorizada: Amanda
Rejane Silva de Almeida [Graduanda em História]
Auxiliares de secretaria: Lilian
dos Santos Moura [Graduada em Administração]
Mirian
Celeste R. da Silva [Ensino Médio com hab. em Magistério]
Professores: Adilton
Oliveira Batista [Pós-Graduado em Gestão do Trabalho Pedagógico]
Aleandro B. Costa
[Ensino Médio com habilitação em Magistério]
Cleison Durval
Pereira [Graduado em Pedagogia]
Dilzete Silva do
Nascimento [Ensino Médio com habilitação em Magistério]
Gerolina Pereira
Esteves [Ensino Médio com habilitação em Magistério]
Gerusa Leonora
Almeida [Pós-Graduada em Psicopedagogia]
Gilmaria Castro
Almeida [Ensino Médio com habilitação em Magistério]
Gilmara de
Sousa [Ensino Médio com habilitação em Magistério]
Jane de Souza
Damásio [Graduada em Pedagogia]
Joelha Conceição
Monteiro Damásio [Graduada em Pedagogia]
José Araújo dos
Santos [Graduado em Pedagogia]
José Carlos Silva de
Carvalho [Graduado em Pedagogia]
José Nilson Oliveira
Brasil [Graduado em Pedagogia]
Maria d’Ajuda
Cerqueira do Amparo [Graduada em Normal Superior]
Maria Rodrigues da
Rocha [Ensino Médio com habilitação em Magistério]
Rosânia N. dos
Santos Cavalcante [Graduada em Pedagogia]
Rosimaria Souza
Santos [Ensino Médio com habilitação em Magistério]
Sayonara Alves Nery
[Graduanda de Licenciatura em Biologia]
Silvana Mirela de
Almeida Silva [Graduada em Normal Superior]
Sônia Ferreira
Santos [Ensino Médio com habilitação em Magistério]
Suely Nobre de
Carvalho [Ensino Médio com habilitação em Magistério]
Tatiana de Souza
Deodato [Ensino Médio com habilitação em Magistério]
Thiane Melo da Costa
[Graduada em Pedagogia]
Wanderson Profeta
Oliveira [Ensino Médio com habilitação em Magistério]
Merendeiras: Iolita Alves de Castro [Ensino Fundamental I]
Maria d’Ajuda Souza
[Ensino Médio Completo]
As Unidades
Escolares do Campo trabalham com as seguintes
Modalidades
de Ensino:
ü Ensino
Fundamental I: de 1º ao 5º anos
ü EJA: de 1º
ao 5º anos
Atualmente
as Escolas do Campo possuem:
ü 260 alunos no turno MATUTINO
ü 183 alunos no turno VESPERTINO
ü 41 alunos no turno NOTURNO
Histórico
das Unidades Escolares do Campo
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ESCOLA
ADELITE ALMEIDA SANTOS
A Escola Adelite Almeida Santos
está localizada no Povoado Jardim Cruzeiro, BR 101, km 588. Ela foi fundada em
agosto de 1984 e recebeu este nome em homenagem a senhora Adelite, por ter
cedido o terreno para a construção da escola.
A comunidade local foi formada a
partir de uma serraria. Atualmente, boa parte dos moradores são assalariados,
alguns recebem o auxílio do Bolsa Família e outros ainda vivem apenas de
trabalhos temporários. Nesta comunidade existe uma associação de moradores.
A escola é composta por duas salas
de aula, dois banheiros e uma cantina. Ela funciona nos turnos matutino e
noturno, atendendo do 1° ao 5° ano, dentro do Programa Escola Ativa.
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ESCOLA
ÁLVARO GUERREIRO
A Escola Álvaro Guerreiro fica
localizada na Fazenda Nancy, a 25 km de Camacan. Ela foi fundada em 19 de março
de 1974.
A região da escola faz fronteira
com Pau Brasil, Mascote e Potiraguá. É uma região montanhosa, com clima quente
e seco e apresenta vegetação rasteira e matas.
Os moradores utilizam caminhão,
ônibus escolar e, às vezes, até animais, como meios de transporte. Além de ser
distante da sede urbana, o acesso à escola é prejudicado por causa da estrada
de chão, a qual é mal conservada.
Inicialmente, a comunidade foi
formada com um loteamento, onde as famílias compraram seus lotes. Hoje existe a
associação dos moradores, com 40 famílias e assentamento.
Boa parte dos moradores sobrevive
da plantação de mandioca, da criação de gado, suínos e outros. Alguns também
recebem o auxílio do Bolsa Família e aposentadorias.
A escola funciona no turno
vespertino, com turma multisseriada, atendendo alunos do 1º ao 5º anos.
·
ESCOLA ANA
RIBEIRO DE MOURA
A Escola Ana Ribeiro de Moura,
localizada na Fazenda Santa Maria, BR 101, é, sem dúvida, uma grande fonte
histórica da educação do município de Camacan, pois a formação deste município
é marcada pela forte presença da família Ribeiro que desbravou a área no fim do
século XIX e início do século XX, formando assim o distrito de Camacan.
Nesse contexto, esta unidade
escolar surgiu por volta dos anos 70, diante da necessidade de oferecer um
ensino formalizado aos filhos dos trabalhadores, sendo batizada com o nome de
uma das mulheres da família Moura, esposa de Joviano de Moura, um dos primeiros
proprietários.
Hoje, a escola funciona no turno
vespertino, oferecendo a primeira etapa do Ensino Fundamental (1º ao 5º anos) e
é mantida pela Prefeitura Municipal, oferecendo suporte pedagógico, pagamento
do professor, merenda escolar, parceria com a Secretaria de Saúde, onde as
crianças recebem atendimento, vacinas e visitas do agente de saúde. Dentre
muitas atividades, a escola desenvolve projetos de Educação Ambiental, com o
apoio do Programa Despertar (desenvolvido com a parceria de algumas empresas
com as prefeituras) tendo como objetivo desenvolver no educando a consciência
crítica sobre a problemática ambiental da atualidade.
Muitas famílias recebem o auxílio
Bolsa Família, programa do Governo Federal. A situação dos trabalhadores mudou
bastante, devido à grande crise que assolou toda a região cacaueira.
Atualmente, muitos trabalhadores
continuam na lavoura do cacau, apesar da grande queda na produção, causada
desde os anos 90 com a chegada da Vassoura de Bruxa. Além disso, os fazendeiros
encontraram novas alternativas no plantio de banana, e de bambu, na pecuária
(produção de leite), vendido para indústrias. Muitos trabalhadores, incluindo
algumas mulheres, trabalham na indústria do palmito, que é plantado e
industrializado na própria fazenda, sendo exportado em forma de conseva.
Outras, porém, continuam no lar cuidando dos filhos e dos afazeres domésticos
ou cuidando da casa dos patrões.
·
ESCOLA
COMUNITÁRIA EVANY GALVÃO
A Escola Comunitária Evany Galvão
fica situada a 3 km do centro urbano de Camacan, na Comunidade Parque Casa
Nova, Jardim das Árvores, s/nº. Recebeu este número em homenagem a uma antiga
professora da escola.
Inicialmente era composta por
apenas uma sala de aula, um banheiro e uma pequena cantina. Porém, atualmente,
foi construída mais uma sala de aula, por conta da demanda de alunos oriundos
da comunidade Portelinha, a qual foi formada recentemente nas proximidades do
bairro.
A escola funciona nos turnos
matutino e vespertino, atendendo alunos do 1º ao 5º anos.
Vale ressaltar que existe na
comunidade local uma associação de moradores que cuida das questões sociais de
interesse do bairro.
Uma parte dos moradores são
assalariados, outros são trabalhadores rurais, alguns sobrevivem apenas de
trabalhos temporários e outros, ainda, contam apenas com o auxílio do Bolsa
Família.
·
ESCOLA
ELZA DESSIMONE
A Escola Elza Dessimone está localizado
no km 17, no Assentamento Entre Rios. Ela surgiu a partir da necessidade da
própria comunidade.
A região é serrana, com clima
tropical e é banhada pelo rio Água Preta.
Os moradores são contemplados com
alguns programas do governo como o Bolsa Família e Apoio ao crédito.
No início a localidade era pouco
povoada, porém com o passar do tempo outras famílias foram chegando e hoje é
bem numerosa.
A escola não apresenta estrutura
física adequada. A classe é multisseriada, com alunos do 1º ao 5º anos e funciona
apenas no turno vespertino.
·
ESCOLA
EMIL WILDBERGER
A Escola Emil Wildberger está
localizada no Assentamento Nova Ipiranga, via Camacan-Pau Brasil, a 5km de
Camacan. Ela foi fundada a mais ou menos 11 (onze) anos, devido a necesseidade
de se ter uma escola que atendesse a demanda da comunidade e que priorizasse a
contextualização histórica do MST.
A região local é cortada pelo rio
Mutuns e ainda é possível observar áreas arborizadas, pequeanas matas,
plantações de banana, hortas e outras.
Grande parte dos moradores
desenvolve a agricultura, a pecuária e alguns tentam apicultura, outros ainda
são beneficiados pelo Bolsa Família.
A comunidade formou-se a partir do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, onde existe, ainda, a Associação
dos Pequenos Produtores do Assentamento. Como se trata de uma comunidade
integrada a um movimento social, desde cedo as crianças aprendem os ideiais do
Movimento.
O prédio da escola é composto de 3
(três) salas de aula, 4 (quatro) banheiros, uma cantina e uma secretaria.
Funciona nos turnos matutino e noturno, atendendo alunos do 1º ao 5º anos.
·
ESCOLA
INDÍGENA CÓRREGO DO CEDRO
A Escola Indígena Córrego do Cedro
é uma escola indígena situada na Aldeia Caramuru Córrego do Cedro, em Jacareci,
um dos distritos de Camacan. É um local de difícil acesso, pois a estrada não
se encontra em bom estado de conservação.
A unidade escolar é formada por
apenas uma sala de aula, atendendo alunos do 1º ao 5º anos.
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ESCOLA
INDÍGENA SAMADO SANTOS
A Escola Indígena Samado Santos
está localizada na fazenda Monte Azul, conhecida como Aldeia Panelão, km 9,
próximo à Jacareci e Palmeira. É uma escola indígena, a qual foi fundada em 20
de fevereiro de 2003 em função da necessidade da comunidade.
A região é banhada pelo Rio
Panelão, apresentando relevo montanhoso, clima bastante frio por causa dos
ventos fortes e a vegetação é típica da Mata Atlântica.
O acesso à localidade é bem
difícil, na maioria das vezes é feita a pé ou com auxílio de animais.
Os índios praticam o
desenvolvimento sustentável, plantando feijão, milho, verduras, etc. Alguns
deles cultivam cacau, mas nem sempre a produção é rentável. Outros são
beneficiados com o Bolsa Família, Salário Maternidade e P.A.
A comunidade foi formada através
do cacique que é a liderança da aldeia. É costume comemorar a Festa Junina e a
festa de São José, que é o Dia do Índio.
A escola não apresenta estrutura
física adequada e funciona no turno vespertino com alunos do 1º ao 5º anos.
·
ESCOLA
INHAZINHA VINHÃES
A Escola Inhazinha Vinhães fica
situada na Fazenda Miriqui, Via Bagó, a 15 km de Camacan. Vale ressaltar que
trata-se de um local de difícil acesso, pois além da distância, a estrada não
se encontra em bom estado para a circulação de veículos.
Trata-se de uma escola pequena,
composta por um banheiro e mais três cômodos, sendo apenas um utilizado como
sala de aula. Não dispõe de energia elétrica e funciona apenas no turno
matutino, com alunos de 1º ao 5º anos.
Boa parte dos alunos são oriundos
das fazendas circunvizinhas, porém fazem o percurso até a escola a pé.
É uma comunidade isolada, pouco
participativa, formada por trabalhadores rurais, sendo apenas algumas famílias
beneficiadas pelo Programa Bolsa Família.
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ESCOLA
MARIA IVANCI DE CARVALHO
A Escola Maria Ivanci de Carvalho
fica localizada na estrada Camacan-Jacareci, km 14, na Fazenda Betânia. Ela foi
fundada em 2002. Porém, antes do ano de fundação a escola já existia e era
localizada em outra fazenda.
A comunidade local foi formada com
a chegada dos trabalhadores para as plantações de cacau. É uma localidade de
difícil acesso. Boa parte dos alunos utilizam ônibus escolar para chegar à
escola.
Atualmente os moradores investem
na produção do cacau, café e na criação de gado e alguns recebem o auxílio do
Bolsa Família.
A escola não apresenta estrutura
física adequada. Ela funciona no turno matutino, com turmas multisseriadas,
atendendo alunos do 1º ao 5º anos.
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ESCOLA
NATAL
A Escola Natal fica localizada na
Fazenda Natal, a 5 km da BR 101. O acesso é feito por estrada de chão, pouco
conservada.
É uma escola composta por uma sala
de aula, dois banheiros, uma pequena contina e pátio.
Nela estudam alunos oriundos de
fazendas circunvizinhas, sendo a maioria provenientes da Fazenda Conceição. O
percurso até a escola é feito com transporte escolar. Os alunos, de forma
geral, são filhos de trabalhafores rurais.
A escola atende alunos do 1º ao 5º
anos, no turno matutino.
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ESCOLA
NOSSA SENHORA AUXILIADORA
A Escola Nossa Senhora Auxiliadora
está localizada na região do Córrego do Ourom próximo à rodovia que dá acesso à
Santa Luzia.
Segundo relatos dos moradores a
escola recebe este nome porque o antigo dono era devoto de Nossa Senhora
Auxiliadora.
A escola é composta por apenas uma
sala de aula e funciona nos turnos matutino, vespertino e noturno, atendendo
alunos do 1º ao 5º anos, dentro do Programa Escola Ativa. Ela não apresenta uma
boa estrutura física, precisa ser reformada e ampliada para oferecer maior
conforto aos alunos.
A comunidade local é integrante do
MST, sendo a mesma nomeada de Assentamento Córrego do Ouro.
A região é banhada pelos rios
Córrego do Ouro e Belém, apresentando relevo montanhoso, clima tropical e
vegetação típica da Mata Atlântica.
A comunidade utiliza a agricultura
como meio de subsistência, por meio das plantações de cacau, café e o cultivo
da horta comunitária.
·
ESCOLA
NOSSA SENHORA DE LOURDES
A Escola Nossa Senhora de Lourdes
localiza-se na Fazenda São Paulo, de propriedade da senhora Ana Lúcia Amorim
Barreto, estrada Camacan-Jacareci, km 5. A fazenda produz cacau e café, onde
moram famílias – rotativas ou fixas – com filhos em idade escolar ou não. Não
existe um espaço destinado ao lazer dos funcionários e moradores, nem dos
alunos, só uma área na frente da escola onde as crianças brincam enquanto
esperam o ônibus escolar, normalmente lotado.
Os alunos são das diversas
fazendas da redondeza como a Tupinambá, a Serra Bonita, a Helvécia, a Pau
D’Arco, Boa Esperança, Araguaia, Sapucainha, Porangaba e Fiedelis. Utilizam o
escolar de 20 a 30 minutos e sempre lotado,
nunca veem sentados e muitos ainda reclama quando encostam na cadeira. A aula
termina às 11 horas e ficam até às 12:30 esperando o escolar.
A escola é pequena, composta por
apenas uma sala de aula, um banheiro e cozinha. Funciona no turno matutino,
atendendo aluns do 1º ao 5º anos.
·
ESCOLA
RODRIGUES ALVES
A Escola Rodrigues Alves está
localizada na Fazenda Conjunto Santa Helena, na via Camacan-Pau Brasil, ficando
a mais ou menos 12 km de Camacan.
Ela foi fundada em 1988 por
solicitação da comunidade.
A comunidade é formada por trabalhadores
rurais, que auxiliam o senhor Ademir, proprietário da fazenda, na produção de
cacau e café. Alguns deles também recebem o auxílio Bolsa Família.
A escola não dispõe de estrutura
física adequada, funcionando apenas no turno vespertino, em turma multisseriada,
com alunos do 1º ao 5º anos.
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ESCOLA
SALUSTIANO JOSÉ DOS SANTOS
A Escola Salustiano José dos
Santos foi fundada em 1980 por Luciano José de Santana, que homenageou o antigo
proprietário da fazenda dando-lhe o seu nome à escola. A escola fica situada na
comunidade do Novo Itamarati (povoado do Biscó), a 9 km da BR 101 e 16 km de
Camacan, faz fronteira com a Fazenda Estrela do Norte, Fazenda Nova Olinda e
Fazenda Fortaleza. Devido a sua localização, é banhada pelo rio Braço do Norte.
O clima do município, de acordo
com a classificação KOPEN, apresenta temperatura máxima de 33ºC (trinta e três
graus centígrados). Embora o município seja produtor eminentemente de cacau, o
seu solo e clima prestam-se muito bem para o desenvolvimento das culturas do
guaraná, café, seringueiras, cravo-da-índia, mandioca, arroz, feijão, banana e
outras plantações que já começa a surgir prometendo bom desenvolvimento e a
clonagem do cacau já começam a se transformar em uma realidade para combater a
crise do cacau. Visando a implantação de novas culturas e micro-empresas em
nosso município, o Governo Estadual já mantém linhas de créditos a prazo e
juros compatíveis.
No local onde a escola é situada
ainda há moradores antigos que participam da fundação do povoado, como José
Lima Guerra e Auvelino Ribeiro Sena. A religião prodominante dessa região é o
protestantismo e o catolicismo. A comunidade usa como meio de transporte:
ônibus escolar, moto-táxi, animais e bicicleta.
A economia da comunidade está
voltada para o cultivo de cacau, café, seringa, banana e outras culturas, que
são cultivadas pelos próprios moradores, que também visam a melhoria da
qualidade de vida da comunidade, praticando assim, o desenvolvimento
sustentável.
Essa região é contemplada com
alguns programas do governo, tais como: Bolsa Família e cursos
profissionalizantes. Além disso, os moradores fazem parte de um movimento
social, denominado por eles de Associação dos Moradores do Novo Itamarati.
A Escola Salustiano José dos
Santos funciona nos turnos matutino e vespertino, atendendo a alunos do 1º ao
5º anos do Ensino Fundamental.
A comunidade do Novo Itamarati
costuma festejar São João, São Pedro e o aniversário da associação. Essa
comunidade foi formada por pequenos agricultores em 1947. Além da Associação
dos Moradores do Novo Itamarati há ainda a Atividade de Defesa dos Direitos
Sociais, que tem como presidente Claudenilton Santos Guerra.
·
ESCOLA
SANTO ANTÔNIO
A Escola Santo Antônio está
localizada na região do Vargito, Fazenda Santo Antônio, a 500m da BR 101, mais
especificamente a 16 km de Camacan. Ela foi fundada em 1939 para atender a
comunidade local e fazendas circunvizinhas.
A escola recebeu este nome para
homenagear Santo Antônio que é o padroeiro dos fazendeiros e também consagrado
padroeiro daquela comunidade.
A comunidade foi formada a partir
da chegada dos desbravadores do cacau Antônio Elias Ribeiro e João Elias
Ribeiro. Esta era uma região basicamente cacaueira, porém com a chegada da
Vassoura de Bruxa esta atividade econômica ficou prejudicada.
Atualmente, os moradores trabalham
na plantação de hortas caseiras, alguns prestam serviços a outros fazendeiros e
alguns sobrevivem apenas do Programa Bolsa Família.
·
ESCOLA
TEREZA LIMA
A Escola Tereza Lima está
localizada na Avenida dos Pioneiros, s/nº, no perímetro urbano de Camacan,
próximo à fábrica da Malwee.
Trata-se de uma escola pequena,
formada apenas por uma sala de aula e um banheiro. A estrutura física não é
adequada.
Ela funciona nos turnos matutino e
vespertino, atendendo alunos do 1º ao 5º anos.
SITUAÇÃO ATUAL DAS ESCOLAS DO
CAMPO
No Brasil, apesar de uma década de
considerável melhoria no tocante ao acesso à escolarização, em que 96% das
crianças de 7 a 14 anos estão matriculadas, ainda permanecem os problemas da
baixa qualidade e eficiência dos sistemas de ensino. Nesta perspectiva, uma das
restrições para o alcance da universalização com qualidade e o aumento dos
índices de conclusão do ensino fundamental encontra-se relacionada à
efetividade da educação presente no meio rural brasileiro (Bof, 2006).
Um meio rural que, segundo os
dados divulgados pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), tem uma população residente de aproximadamente 32 milhões de
brasileiros. Ou seja, que apesar da intensa urbanização ocorrida nas últimas
décadas, cerca de um quinto da população do nosso país encontra-se vivendo no
meio rural.
Todavia, o nível de instrução e o acesso à educação dessa população são
importantes indicadores da realidade educacional presente no meio rural do
Brasil. Os dados do IBGE, sistematizados no trabalho intitulado Panorama
da Educação do Campo (Bof, 2006), mostram que a escolaridade média
da população de 15 anos ou mais que vive no meio rural brasileiro, de 3,4 anos,
corresponde à quase metade da estimada para a população urbana, que é de 7,0
anos. Se os índices de analfabetismo do Brasil são bastante elevados, no meio
rural esses indicadores são ainda mais preocupantes. Segundo o IBGE, 29,8% da
população adulta – 15 anos ou mais -, que vive no meio rural é analfabeta,
enquanto no meio urbano essa taxa é de 10,3%. É importante ressaltar que a taxa
de analfabetismo aqui considerada não inclui os analfabetos funcionais, ou
seja, aquela população com menos de quatro séries do ensino fundamental. Outros
dados revelam, ainda, que no meio rural brasileiro, 6% das crianças, de 7 a 14
anos, encontram-se fora dos bancos escolares; que apesar de 65,3% dos jovens,
de 15 a 18 anos, estarem matriculados, 85% deles apresentam defasagem de
idade-série, o que indica que eles ainda permanecem no ensino fundamental; que
somente 2% dos jovens que moram no campo freqüentam o ensino médio.
Esses são alguns dos indicadores que demonstram a histórica negação à
população que vive no meio rural brasileiro do direito de acesso e de
permanência na escola. Diante dessa realidade, o Município de Camacan se
encontra no quadro de mudança, já que nos anos anteriores vivia-se um quadro de
precariedade no funcionamento da escola rural em relação aos elementos humanos
disponíveis para o trabalho pedagógico, a infra-estrutura e os espaços físicos
adequados, a má distribuição geográfica das escolas, a falta de condição de
trabalho de formação específica para atuação no meio rural, entre outros
fatores.
Além dessas questões de escassez,
infra-estrutura e pessoal favorecem extremamente esse quadro sócio-educacional
existente o tipo de educação oferecida pelas escolas à população rural. Uma
educação em que predomina uma concepção unilateral da relação cidade-campo, com
a difusão de valores, conhecimentos e atitudes distantes do modo de vida e da
cultura da população do meio rural e que tem sido muito mais um instrumento de
estímulo ao êxodo e à evasão de muitos jovens para o meio urbano. Uma educação
e uma escola que, desrespeitando a realidade onde está inserida, destrói a
auto-estima dos camponeses e não se coloca ao serviço de seu crescimento.
Aliás, essa é uma tendência que tem se agravado nos
últimos anos com a política educacional vigente, denominada nucleação, que, sob
alegação de que as escolas rurais são mais onerosas, têm estimulado as crianças
e os jovens a realizarem os estudos no meio urbano. Surgem daí iniciativas da
prefeitura que, visando reduzir os custos (com material humano, didático e
transporte), deslocam os alunos para os centros urbanos, em trajetos de muitas
horas de viagem e em condições e estradas precárias. E, para acirrar ainda mais
essa situação, nas escolas do meio urbano os alunos são colocados ou em salas
distintas, “sala da roça”, reforçando assim a dicotomia rural-urbana; e quando
colocados em uma mesma sala, onde são considerados atrasados pelos colegas do
meio urbano, passam a assumir valores diferentes dos seus para serem
considerados modernos (Silva, 2003).
“A alegria não chega apenas no encontro do
achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode
dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”.
Paulo Freire
A Educação no Campo é centrada no atendimento
pedagógico com o objetivo de atender as necessidades locais, socializar
conhecimento a pessoas que tem dificuldades em se deslocar do Campo para
a Cidade. Essa Educação é voltada pra designar a
ligação dos seres humanos com a produção das condições de existência social na
relação com a terra e o meio ambiente, atendendo assim as necessidades do povo
do campo (filhos de agricultores, quilombolas, ribeirinhos, assentados,
agricultores familiares).
A percepção
que se tem hoje da educação no campo é bem diferente da que tínhamos há alguns
anos leva à compreensão da vida no campo cercada de fantasias, abundância,
encantos, familiares. Entretanto, a realidade brasileira e particularmente a da
região cacaueira tem se mostrado bem diferente: a agricultura e pecuária para
poucos, baixo de poder aquisitivo, sistemas de saúde, dentre outros problemas,
que trazem dificuldade de acesso, estrutura das salas, conteúdos e métodos.
Diante
disso, a educação deve voltar-se a interesses da comunidade do campo que
mediante à realidade social encontre no processo educativo um grande
aliado, havendo a necessidade de basear-se em questões que interessem ao
próprio indivíduo do campo: defesa do meio ambiente, tecnologias
agrícolas, novas máquinas, exercício político e cidadania. Esta
estrutura deve respeitar os hábitos rurais, as diferenças regionais, como
os horários, a valorização do mundo rural, a metodologia do ensino e um
calendário que respeite o ciclo da agricultura.
Para isto,
pode-se enfatizar alguns fundamentos:
Sociedade
A educação do campo em sua prática efetiva precisa
otimizar quais são os direitos e deveres dos cidadãos rurais, tornando-os
sujeito sociais, conscientes de seus direitos, oportunizando intervenções na
realidade em dimensões diversificadas pela forma consciente de observar,
interpretar, reinterpretar e agir frente à realidade cotidiana, o homem
do campo é estigmatizado como intelectualmente atrasado e responsável, mas
paradoxalmente é responsável por sucessivos superávits da balança
comercial. Na visão de Paulo Freire, toda ação educativa deve ser antes de tudo
uma ação cultural que se inicia pela descoberta de uma racionalidade
instrumental como condicionamento de libertação das estruturas de dominação,
levando as pessoas à crítica e ao desejo de mudanças.
As questões referem-se a temas atuais que tenham
relevância para a compreensão da sociedade, contribuindo para a reflexão do
aluno sobre contexto histórico em que vive. O aluno que se vê convidado a
refletir sobre o mundo que o cerca sente que não está respondendo a uma questão
apenas porque o professor quer assim, uma realidade da qual ele próprio faz
parte, mas que age como um cidadão consciente do seu papel transformador do meio
em que vive. Compreendendo acima de tudo, que a sociedade é formada por todos
nós e que todas as mudanças para uma sociedade mais justa depende da
participação ativa de cada cidadão. Assim, os alunos da escola do campo, devem
ser incluídos numa educação pautada na participação, princípio básico da
democracia.
Homem
No entender de Freire toda ação educativa deverá
ser precedida por uma reflexão sobre o homem e uma análise de seu meio de vida.
Coerente com esta posição ele inicia seus escritos por uma reflexão sobre o
homem e sua relação com o outro. Preocupado em responder à questão “Quem é o
homem?” ele aponta elementos interessantes de resposta, entre eles, que esta é
uma questão existencial e ao mesmo tempo concreta porque tem relações profundas
com o processo de desumanização desencadeado por realidades históricas e
resultado da opressão do homem pelo próprio homem.
Como ser em si mesmo o homem é um sujeito de
relações. A palavra existir já contém em si mesmo a ideia de comunicação, de
poder de transcendência, de discernimento, de nuances de julgamento crítico.
Ele é, então, capaz de tomar distância, de objetivar o mundo e objetivar a si
mesmo através do ato de conhecer.
Pelo ato de conhecer o homem pode criar sua
consciência de mundo, construir sentidos significações e símbolos. Tendo como
característica a ação-reflexão, o ato de conhecer permite ao homem tomar
consciência de sua qualidade de sujeito. Ao tomar consciência de si mesmo ele
estabelece uma relação dialética entre sua liberdade e os problemas que a
limitam. Assim seu papel não pode ser resumido à passividade, à uma intervenção
acidental e incompleta com o mundo. Não se reduzindo tão somente a uma das
dimensões de que participa - a natural e a cultural - a primeira pelo seu
aspecto biológico, a segunda pelo seu aspecto criador, o homem pode ser
eminentemente interferidor. Sua ingerência, senão quando distorcida e
acidentalmente, não lhe permite ser um simples espectador, a quem não fosse
lícito interferir sobre a realidade para modificá-la.
O cidadão do campo reconhecido gerador de riquezas
deste país, assim, o processo de qualificação e formação deve estar articulado
com um amplo processo de Educação Integral que pense o indivíduo, sua família e
sua comunidade. Não há desenvolvimento individual sem que esteja ancorado em um
desenvolvimento coletivo, levando em consideração as suas raízes culturais.
Educação
A educação tem se constituído como um instrumento
relevante na sociedade brasileira e às vezes tem sido definida por concepções
de educação que no processo histórico tem enviesado para caminhos de natureza
cartesiana, pragmática, reprodutivista, crítica-reprodutivista, ou simplesmente
crítica, libertadora, liberal, neoliberal, pós-moderna, enfim; uma educação que
se desenvolveu acompanhando a trajetória histórica e trouxe avanços à sociedade
brasileira principalmente na área da pesquisa, responsável pela inovação
tecnológica também para a zona rural. No campo inovaram: no maquinário, no
aumento da produção de grão, nos agrotóxicos, alteração dos genes das sementes
para exportação em larga escala. Mas os que têm usufruído desses avanços são
pequenos grupos de latifundiários, empresários, banqueiros e políticos
nacionais e internacionais. Enquanto a outros é negado o acesso a terra para
sobreviver e garantir o sustento de outros brasileiros.
Em 2002, foi aprovada a Resolução CNE/CEB Nº. 01 de
03 de abril; as Diretrizes Operacionais da Educação do Campo; consolida um
importante marco para a história da educação brasileira e em especial para a
educação do campo. Todavia a lentidão faz com que as políticas de direitos não
alcance proporções significativas e se efetivem concretamente na escola do
campo de toda sociedade brasileira.
Para a realização de uma educação democrática e
participativa nas escolas do campo é necessário propostas pedagógicas que
valorizem, na organização do ensino, a diversidade cultural e os processos de
interação e transformação do campo, a gestão democrática, o acesso ao avanço
cientifico e tecnológico.
Escola
Os alunos do meio rural podem aprender à sua
maneira, ou seja, o currículo vivo do seu cotidiano constroem a identidade de
uma escola que lhes acolha. Estes, podem ir a uma escola não mais estranha ao
seu cotidiano, ali eles se identificam, dialogam, conhecem e se conhecem, inclusive
como grupo. Tal identificação é pertinente para a organização comunitária que
sabendo quem é, também saberá o que quer. Um grupo que tem a voz de suas
reivindicações estará apto a assumir sua autonomia.
Esta escola nova, inserida no campo, pode estar num
ambiente seco ou chuvoso, caatinga ou litoral, urbano ou rural, não importa,
ela ensina. No caso das comunidades rurais é interessante notar sua dependência
mais direta com as reações da natureza. A educação ambiental não pode ser de
forma alguma sectária de uma única área de conhecimento.
Diante desta escola, podemos desenvolver algumas ações para
que a escola do campo possa dar certo:
• Aproximação do ensino com a realidade das
crianças.
• Valorização dos saberes do campo.
• Uso de espaços alternativos de ensino, como as plantações locais.
• Aprofundamento dos conhecimentos, relacionando-os com os produzidos fora do contexto rural.
• Abertura da escola para a participação ativa da comunidade.
• Contato com outras escolas rurais para a troca de experiências.
• Valorização dos saberes do campo.
• Uso de espaços alternativos de ensino, como as plantações locais.
• Aprofundamento dos conhecimentos, relacionando-os com os produzidos fora do contexto rural.
• Abertura da escola para a participação ativa da comunidade.
• Contato com outras escolas rurais para a troca de experiências.
Conhecimento
De modo concreto, não podemos pensar que a
construção do conhecimento é entendida como individual. O conhecimento é
produto da atividade e do conhecimento humano marcado social e culturalmente. O
papel do professor consiste em agir com intermediário entre os conteúdos da
aprendizagem e a atividade construtiva para assimilação.
Os conhecimentos contidos nos livros são muito
importantes, porém ter apenas estes saberes e não estar antenado com a
realidade do seu mundo, sabendo das necessidades e ocorrências do seu país, sua
cidade, seu bairro e ainda de sua rua é pensar errado.
Ensino e aprendizagem
O objetivo do ensino aprendizagem das escolas do
campo é valorizar a diversidade e troca de vivências, procurando melhorar nas
escolas municipais do campo as classes multisseriadas, a partir da capacitação
de professores e estímulo ao conhecimento dos alunos. Os educadores destas
escolas devem conhecer e compartilhar a realidade da comunidade, com aulas
criativas e interativas, apoiadas por materiais didáticos e pedagógicos
diferenciados dos currículos das escolas localizadas nos centros urbanos. A
realidade da cidade não é a do campo. Hoje, existe um currículo diferenciado,
atento à diversidade.
O educador Paulo Freire mostra que ensinar não é
transmitir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a produção do saber.
Ensinar exige muitos fatores, estes são citados de forma clara e conclusiva.
Ensinar exige respeito aos saberes do educando, o
facilitador segundo sugestão do autor deve discutir com os alunos a realidade
concreta a que se deve associar a disciplina, estabelecendo uma familiaridade
entre os saberes curriculares fundamentais e a experiência social de cada um
dos aprendizes.
Avaliação
Avaliação em classes multisseriadas –as escolas de
classes multisseriadas representam, para as crianças, ou a esperança de deixar
a vida de pobreza no campo, ou a possibilidade de permanecer, prosperar e
cultivar a própria terra. É importante compreender o que suas famílias buscam
na escola e que expectativas a escola, como única instituição pública local,
coloca para as famílias desses alunos, isto é, o seu papel social. Nesse caso,
o ensino e a avaliação terão, naturalmente, o caráter de inclusão social. Com
essa compreensão é que se podem selecionar os conteúdos e procedimentos
escolares que serão trabalhados, descobrindo o que é significativo para definir
os objetivos da avaliação e selecionar procedimentos e instrumentos mais
coerentes.
Muito se tem discutido sobre o cenário da avaliação
da aprendizagem nestes últimos anos. Avaliar é um ato que deve ser feito com
responsabilidade, ética e moral. A avaliação fundamentada em pressupostos
tradicionais e apenas quantitativos ainda é uma abordagem usual, contudo
devemos refletir sobre este cenário tendo em vista as novas demandas sociais.
Ainda neste contexto, vale pontuar que avaliar não deve ser somente medir, mas
perceber uma concepção filosófica política que este universo nos remete.
Deveríamos repensar os métodos avaliativos para que estes tenham seus limites
ultrapassados tendo em vista a introdução de novas tecnologias e de uma pós
modernidade educacional.
Observamos que refletir sobre o contexto da
avaliação no campo do desempenho escolar assim como o cenário da educação na
formação do aluno como um indivíduo voltado para a cidadania, trata-se de uma
necessidade fundamental para uma prática educativa mais justa e igualitária.
Isto porque acreditamos que o processo ensino e aprendizagem deve estar pautado
no respeito ao educando, considerando como pressuposto seus aspectos físico,
social e econômico; não podendo haver qualquer espécie de discriminação uma vez
que no momento em que o aluno é valorizado em sua plenitude, poderá se efetivar
a formação de cidadãos críticos e ativos no contexto social. Contudo, vale
ainda apontar que a avaliação não é somente uma questão relacionada aos
professores, mas à escola como um todo.
Entende-se que, neste processo avaliação – ensino e
aprendizagem, todos os educadores devem ter em mente o que é avaliar e o quanto
uma avaliação pode mexer com a auto-estima de um aluno, se usada de forma
incorreta. Avaliar não deve ter como base a exclusão e sim a inclusão do
educando, sempre pensando naquele ser humano como um grande potencial de
grandes feitos futuros. Transformar valores e arraigar conceitos deveria ser o
principal objetivo da avaliação.
Em síntese, não podemos avaliar de forma
qualitativa os saberes de cada aluno nas escolas, sem se dar conta do papel do
educador; do pedagogo frente à avaliação. Enfatizar o papel do educador perante
o sistema avaliativo é importante, pois entendemos que tratamos com pessoas e
esperamos que estas, possam contribuir para uma redefinição desta sociedade
vigente. A exclusão social se dá na maioria das vezes por conta de processos
avaliativos que somente mensuram conhecimentos pré-estabelecidos sem se dar
conta do complexo cenário que esta questão nos remete.
Avaliamos o êxito de qualquer ensino não pela
capacidade de reprodução que o aluno tem do que lhe foi apresentado como informação
ou caso exemplar, mas pela sua capacidade de construir soluções próprias a
novos problemas, ainda que para isso ele recorra àquilo que lhe foi colocado
como caso exemplar, ou seja, que ele lance mão das ‘soluções canônicas’ que lhe
foram apresentadas. Por tanto o dever de educar é de todos nós -
professores, pais, sociedade, escola. A avaliação escolar, que é tarefa do
professor não pode ser mais o prego no solado do sapato do estudante. Ela deve
ser a consagração seu encontro com o saber realmente construído passo-a-passo,
ao longo do tempo, na sala de aula, no pátio da escola, no laboratório, na
biblioteca, em casa, na rua, no mundo em que vivemos enfim.
Cidadania
O professor não deve preocupar-se somente com o
conhecimento através da absorção de informações, mas também pelo processo de
construção da cidadania do aluno. Apesar de tal, para que isto ocorra, é
necessária a conscientização do professor de que seu papel é de facilitador de
aprendizagem, aberto às novas experiências, procurando compreender, numa
relação empática, também os sentimentos e os problemas de seus alunos.
O Educador
deve reforçar a capacidade crítica do educando auxiliando-o a tornar-se
criador, investigador, inquieto, rigorosamente curioso, humilde e persistente ;
O facilitador deve ensinar os conteúdos mas também ensinar a pensar certo.
Cultura
Na zona rural, uma criança sabe geralmente mais do
que o seu professor urbano a respeito do mundo em que vive: as matas, os
animais, as plantas, as falas, o imaginário. É claro que o professor tem o que
ensinar e é justamente isso que esperam tanto os alunos como suas famílias:
ensinar aquilo que ainda não é sabido. Um professor que só fala e é
culturalmente surdo, é de fato um deficiente, como é deficiente a escola em que
ele ensina.
Currículo
A LDB (1996)
aponta um direcionamento específico para escola do campo, está incluso no
capítulo que trata da educação básica.
Art. 28. Na oferta de educação básica para a
população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à
sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região,
especialmente:
I - conteúdos curriculares e metodologias
apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona
rural;
II - organização escolar própria, incluindo
adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições
climáticas;
III - adequação à natureza do trabalho na zona
rural.
Diante disso, as Escolas do Campo
deste município desenvolve a prática cotidiana de uma organização dos conteúdos
curriculares, compreendendo atividades de ensino e aprendizagem segundo o que
dispõe a Proposta Curricular, onde os professores procuram incorporar na
sua ação pedagógica de acordo a realidade em que a escola está inserida.
Permitindo assim, adaptação básicas às
peculiaridades da zona rural e de cada região tendo especificamente: conteúdos
curriculares e metodologia apropriada às necessidades reais e
interesses e condições climáticas; adequadas à natureza do trabalho. A nossa
meta é que haja aprendizagem significativa, baseada no mundo real do aluno.
Formação Continuada
A importância da formação continuada vem sendo meta
prioritária do sistema educacional. Pela primeira vez, uma lei trata da
formação continuada do professor, a Lei n° 9.394/96.
"Ninguém nasce educador
ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como
educador, permanentemente, na prática e na reflexão da prática". (FREIRE,
1991, pág. 58).
Para o autor, formação
permanente é uma conquista da maturidade, da consciência do ser. Quando a
reflexão permear a prática, docente e de vida, a formação continuada
será exigência "sine qua non" para que o homem se mantenha
vivo, energizado, atuante no seu espaço histórico, crescendo no saber e na
responsabilidade.
A modernidade exige
mudanças, adaptações, atualização e aperfeiçoamento. Quem não se atualiza fica
para trás. A parceria, a globalização, a informática, toda a tecnologia moderna
é um desafio a quem se formou há vinte ou trinta anos. A concepção moderna de
educador exige "uma sólida formação científica, técnica e política,
viabilizadora de uma prática pedagógica crítica e consciente da necessidade de
mudanças na sociedade brasileira.
Nesse contexto, os docentes
que atuam nas escolas do campo, no município de Camacan buscam se aprimorar
diante das mudanças que ocorrem, principalmente no que diz respeito à Educação
Ambiental, recebendo formações de Programas como “Campo limpo” e do “Programa
Despertar”, que oferecem subsídios para uma prática sustentada na realidade das
escolas que situam-se no meio rural.
Gestão
O conceito
de Gestão Escolar- relativamente recente-é de extrema importância, na medida em
que desejamos uma escola que atenda às atuais exigências da vida social: formar
cidadãos, oferecendo, ainda, a possibilidade de apreensão de competências e
habilidades necessárias e facilitadoras da inserção social.
É
interessante verificar como o conceito evoluiu com o a passar dos anos do que
seria gestão escolar e permitir pensar em gestão no sentindo de gerir uma instituição
escolar, desenvolvendo estratégias no cotidiano com a finalidade de uma
democratização da gestão educacional.
Alguns aspectos que alteram o sentido e a concepção
de educação, de escola e da relação escola/sociedade.
|
Administração Escolar
|
Gestão Escolar
|
|
Escola
|
- garantir formação
competente de seus alunos para que se tornem cidadãos participativos da
sociedade;
- responsabilidade do governo; - entidade, ao mesmo tempo, autoritária e paternalista. |
- oferecer
oportunidades para que seus alunos possam aprender para compreender a vida, a
sociedade e a si mesmos;
- organização viva caracterizada por uma rede de relações de todos os elementos que nela atuam ou interferem. |
|
Diretor
|
Seu Papel
|
- guardião e gerente
de operações estabelecidas em órgãos centrais;
- responsável por repassar informações, controlar, supervisionar, "dirigir" o fazer escolar de acordo com as normas propostas pelo sistema de ensino. |
- gestor da dinâmica
social;
- mobilizador, articulador da diversidade para dar-lhe consistência e unidade; - responsável por promover transformações de relações de poder, de práticas e da organização escolar. |
BBom Diretor
|
- cumpridor pleno
dessas obrigações, de modo a garantir que a escola não fuja ao estabelecido
em âmbito central ou em hierarquia superior.
|
- ter visão da escola
inserida em sua comunidade, a médio e longo prazo, com horizontes largos;
- compartilhar o poder e a tomada de decisões de forma coletiva |
|
Equipe Técnico-Pedagógica, Funcionários, Pais e
Alunos, Comunidade
|
- hierarquizada;
- subordinados a uma administração por comando e controle, centrada na autoridade e distanciada da implementação das ações. |
- não apenas fazem
parte do ambiente cultural, mas o formam e o constroem, pelo seu modo de
agir;
- de sua interação depende a identidade da escola na comunidade . |
|
Alguns Pressupostos
|
- tensões, conflitos,
contradições eram eliminados ou abafados;
- descomprometimento de pessoas, em qualquer nível de ação, pelos resultados finais. |
- tensões, conflitos,
contradições, incertezas são vistos como condições e oportunidades de
crescimento e transformação;
- ambiente participativo criando uma visão de conjunto da escola no qual a responsabilidade |
|
Sociedade
|
- considera a educação como
responsabilidade exclusiva da escola.
|
- não é mais indiferente ao que acontece na
escola;
- exige que a escola seja competente; - dispõe-se a contribuir. |
As crianças de hoje, serão
os futuros políticos, donos de escolas, diretores, gestores de amanhã e se
estes forem conscientes e agirem com ética e moral, por terem sidos
conscientizados por seus professores, serão mais zelosos com os benefícios
voltados para a educação. O perfil alegre, animador, flexível, lutador e cheio
de esperanças, apesar de..., é o que ajuda o exercício da profissão, tornando-a
compensadora e desafiadora. Seres convictos de mudança é o que os educadores
devem ser.
DIAGNÓSTICO DA
SITUAÇÃO ATUAL
1.1 Aspectos administrativos e
pedagógicos
1.1.1 Positivos
·
Corpo docente com boa formação;
·
Início das aulas em tempo hábil;
·
Implantação de Projetos (Escola Ativa,
Projeto Campo Limpo, Programa Despertar);
·
Bom rendimento escolar (2009);
·
Diminuição do índice de reprovação;
1.1.2 Negativos
·
Falta de professores para o
preenchimento do quadro;
·
Dificuldade com transporte escolar;
·
Falta de espaço adequado para práticas
desportivas;
·
Infraestrurura precária (salas de aula
e professores, instalações elétricas, bebedouros e banheiros);
·
Falta de um laboratório de informática;
·
Estradas precárias para o bom
funcionamento do transporte escolar;
1.1.3 Proposta
de formação continuada para os professores
·
Promoção de oficinas para o trabalho
interdisciplinar;
·
Formação continuada Escola Ativa;
·
Preparação para o ensino do Campo.
1.1.4 Materiais
·
Áudio-Visuais (televisão, aparelho de
som e DVD);
·
Aparelho de fax e telefone (Material
disponível SEC.);
·
Impressoras (Material disponível SEC.);
·
Armários para professores;
·
Arquivos (Material disponível SEC.);
·
Fogão;
·
Liquidificador;
·
Freezer;
·
Ventiladores;
·
Recursos didáticos (quadro de giz;
esponjas, carteiras e cadeiras, livros, bolas);
·
Kits pedagógicos;
CONCEPÇÃO E
FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO DO CAMPO
A pedagogia histórico-crítica entende que a tendência a
secundarizar a escola traduz o caráter contraditório que atravessa a educação,
a partir da contradição da própria sociedade. Na medida em que estamos, ainda,
numa sociedade de classes com interesses opostos e que a instrução generalizada
da população contraria os interesses de estratificação de classes, ocorre essa
tentativa de desvalorização da escola, cujo objetivo é reduzir o seu impacto em
relação às exigências de transformação da própria sociedade.
A escola é, pois, compreendida com base no desenvolvimento
histórico da sociedade; assim compreendida, torna-se possível a sua articulação
com a superação da sociedade vigente em direção a uma sociedade sem classes, a
uma sociedade socialista.
A escola tem o papel de possibilitar o acesso das novas
gerações ao mundo do saber sistematizado, do saber metódico, científico. Ela
necessita organizar processos, descobrir formas adequadas a essa finalidade.
A concepção de uma educação a partir do campo e no campo foi
formulada em um contexto de problematização de conceitos e idéias até então
arraigadas na sociedade brasileira, como tem sido o de educação rural. A
concepção de Educação do Campo, em substituição à Educação Rural, entende campo
e cidade enquanto duas partes de uma sociedade, que dependem uma da outra e não
podem ser tratadas de forma desigual.
O campo, compreendido a partir do conceito de
territorialidade, é o lugar marcado pela diversidade econômica, cultural e
étnico-racial. É espaço emancipatório quando associado à construção da
democracia e de solidariedade de lutas pelo à terra, à educação, à saúde, à
organização da produção e pela preservação da vida. Mais de que um perímetro
não-urbano, o campo possibilita a relação dos seres humanos com sua própria
produção, com os resultados do seu trabalho, com a natureza de onde tira o seu
sustento. Se comprometida com a diversidade do trabalho e sua cultura, a educação
terá também especificidades que precisam ser incorporadas nos projetos
político-pedagógicos. Entendemos, no entanto, que o campo e a cidade são dois
pólos de um continuum, duas partes de um todo, que não podem se isolar, mas,
antes de tudo, articulam-se, completam-se e se alimentam mutuamente.
A Educação do Campo, então, se afirma na defesa de um país
soberano e independente, vinculado à construção de em projeto de
desenvolvimento, no qual a educação é uma das dimensões necessárias para a
transformação da sociedade, que se opõe ao modelo de educação rural vigente.
Nessa perspectiva, a escola torna-se um espaço de análise crítica para que se
levantem as bases para elaboração de uma outra proposta de educação e de
desenvolvimento. Nesse sentido, busca-se desenvolver uma proposta de educação
voltada para as necessidades das populações do campo e para a garantia de
escolarização de qualidade, tornando-se o centro aglutinador e divulgador da
cultura da comunidade e da comunidade.
Cada povo do campo tem sua forma de viver. Ribeirinhos,
caiçaras, quilombolas, seringueiros, agricultores familiares, indígenas se
diferenciam entre si devido ao trabalho que realizam e à cultura gerada por
suas formas de trabalho. Do mesmo modo se assemelham entre si, pois possuem as
mesmas carências, as mesmas limitações econômicas, materiais, humanas e de
acesso à cultura. A conquista do acesso universal a todo o conhecimento
produzido pela humanidade e a garantia de uma formação que busque novas
estratégias educativas e promova o desenvolvimento humano integral é outro dos
desafios da Educação do Campo.
VALORES
Ao resgatar a dimensão sócio-política da Educação do Campo se
exigedos sujeitos educativos distintas formas de organização do trabalho
pedagógico e do trato com o conhecimento, apontando tanto para a busca de
processos participativos de ensino e aprendizagem, quanto de ação social para a
transformação. Dessa maneira a Educação do Campo evidenciará o respeito à
diversidade cultural e às realidades que fazem parte das comunidades.
A Educação do Campo advoga princípios filosóficos que
dialogam com concepções de sociedade, de desenvolvimento e de educação:
a)
Educação
para a transformação;
b)
Educação
para o trabalho e a cooperação;
c)
Educação
voltada para as várias dimensões da pessoa humana;
d)
Educação
com/para valores humanistas;
e)
Valorização
dos diferentes saberes no processo educativo;
f)
A
diversidade de espaços e tempos educativos;
g)
Educação
como estratégia para o desenvolvimento sustentável
h)
Vivência
de processos democráticos e participativos
MISSÃO
Desenvolver nas Escolas do Campo uma educação de qualidade
que favoreça a garantia de igualdade de direitos, a justiça social e a solidariedade
entre os sujeitos do campo, bem como estimular e promover debates sobre as
estratégias e maneiras de se utilizar os recursos naturais brasileiros e sua
rica biodiversidade de forma sustentavel e conujugada com a melhoria das
condições sócio-econômicas da população.
VISÃO
NA ABORDAGEM DO
CONHECIMENTO
1) A aprendizagem ocorre por meio da ação humana e mediante a
apropriação (ativa e criativa) de conceitos que possibilitam o desenvolvimento
de estágios mais elevados de raciocínio e,consequentemente, novas formas de
atuação e compreensão de mundo;
2) O conhecimento e os saberes são instrumentos de mediação
disponíveis para que o educador promova aprendizagens, devendo ser traduzido e
adequado às possibilidades sócio-cognitivos educandos;
3) Uma das mais importantes tarefas do educador é aprofundar
seu conhecimento sobre as teorias pedagógicas que possibilitam a compreensão do
fenômeno educativo;
4) Os temas mais
necessários são aqueles que tratam problemáticas que afetam a vida dos
educandos, da comunidade e da escola;
5) A realidade é interdisciplinar;
6) A qualidade do trabalho docente depende da articulação contínua
entre ensino e pesquisa;
NA ABORDAGEM
METODOLÓGICA
1)
O
processo de ensino e aprendizagem articula a organização do trabalho
pedagógico, a forma de tratar o conhecimento e a construção coletiva do Projeto
Político Pedagógico da escola;
2)
Os
objetivos, os conteúdos e os processos avaliativos são articulados no
planejamento e envolvem a participação dos diversos segmentos da comunidade
escolar, materializando-se em situações concretas de aprendizagem em sala de
aula;
3)
O
processo de ensino e de aprendizagem é potencializado pela metodologia
problematizadora, que localiza o educador como condutor do estudo da realidade;
NA ORGANIZAÇÃO DA
GESTÃO DA ESCOLA
1)
A
gestão escolar é democrática e participativa, abrange a escola e a comunidade;
2)
A
gestão escolar é democrática e participativa se contextualiza nos
processossociais, políticos e econômicas que delimitam/influenciam ação educativa da instituição escolar;
3)
A
constituição e/ou o fortalecimento de coletivos formados por educadoras,
educandos, pais,comunidade escolar e
demais trabalhadores, a exemplo do Conselho Escolar, ajudam a empreender, na
prática, pressupostos amplos de gestão democrática;
4)
O
estímulo à auto- organização dos educandos mediante a inserção, no currículo
escolar, de conteúdos sobre liderança, grupos e equipe e a doção de vivências
práticas auto-organizativas e participativas no espaço intra e extra-escolar
possibilitam tanto a formação de líderes como o desenvolvimento da autonomia.
A Educação do Campo se apresenta,
portanto, como estratégia educacional que se integra ao projeto de emancipação
política, cultural, econômica e social dos povos do campo. Na educação do campo
educar também é ensinar a importância de participar e de pensar o campo como
parte da unidade que é o país, em que campo e cidade se completam sem se
excluírem.
O PROGRAMA DESPERTAR
OBJETIVO GERAL
Promover a Educação
voltada para a formação da Consciência
Ecológica a fim de alavancar mudanças comportamentais relacionados à
Saúde, à Cidadania, à Ética e ao trabalho e Consumo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Formar cidadãos que valorizem e
preservem o meio ambiente em que vivem.
· Promover mudanças de hábitos e
atitudes que favoreçam ações ambientalmente sustentáveis.
· Promover a reflexão sobre os direitos
e deveres do cidadão.
· Contribuir para a formação de
educandos e educadores críticos, sensíveis e preocupados com as questões
ambientais e a construção de uma sociedadejusta.
· Compreender de que forma os problemas
ambientais interferem, local e globalmente, na qualidade de vida das pessoas.
· Possibilitar a reflexão sobre o
conceito de Justiça, Solidariedade e Equidade.
· Promover a adoção de hábitos
saudáveis com o próprio corpo, respeitandoos seus limites e garantindo a
melhoria da qualidade de vida.
· Habilitar professores para
desenvolver ações estratégicas sobreos temas transversais, com atividades pedagógicas
significativas a partir de projetos interdisciplinares.
· Facilitar a integração Escola/
Professor/ Aluno/ Pais/ Comunidade Rural.
· Auxiliar na formação profissional do
trabalhador e do produtor rural do futuro.
· Contribuir para a diminuição da
evasão escolar dos alunos da zona rural.
· Oportunizar o trabalho
interdisciplinar com os temas transversais, explorando as situações locais.
· Desenvolver nos estudantes as
competências comunicativas, para que ampliem a compreensão sobre os problemas.
O PROGRAMA ESCOLA ATIVA
As classes multisseriadas constituem uma especificidades da
diversa realidades educacional do campo. Nesse sentido, o Programa Escola
Ativa, enquanto estratégia de organização do trabalho do educador e da escola
com classes multisseriadas, incorpora os fundamentos e os princípios da
Educação do Campo. Seu objetivo é criar condições para a aprendizagem voltada
para a compreensão da realidade social na qual a criança está inserida. Para isto,
busca estimular vivências que objetivam a aprendizagem, a participação, a
colaboração, o companheirismo ea solidariedade, envolvendo, reconhecendo e
valorizando todas as formas de organização social.
O Programa Escola Ativa baseia-se na compreensão de que, para
auxiliar a prática dos educadores, visando à aprendizagem dos educandos deve
levar em conta que:
·
O
estudante é sujeito é sujeito histórico marcado pelo processo civil que
vivencia e se constrói nas relações com o meio social e natural;
·
As
educadoras e educandos são protagonistas do processo de ensino e aprendizagem,
sendo que o papel do educador é o de planejá-lo e coordená-lo, introduzir novos
conhecimentos, diversificar as possibilidades de acesso;
·
A
realidade do estudante é o ponto de partida do processo de ensino e
aprendizagem que lê a realidade em patamares cada vez mais elevados de
compreensão e intervenção social;
·
A
aprendizagem supõe o estudo da realidade e de conceitos para melhor analisá-lo
para transformá-la. Essa, e a proposição de ações para transformá-la. Esse,
processo, proposto para entender e tornar viva a relação com o conhecimento,
parte da problematização da vida social, passa por sua interpretação segundo os
conhecimentos teóricos e posterior intervenção.
·
A
aprendizagem deve estar relacionada com a vida social em todos os seus níveis
de organização através do trabalho cooperativo, dentro e fora do espaço
escolar;
·
A
escola é o lugar específico onde a criança tem acesso a novos conhecimentos que
são instrumentos mediadores que promovem o desenvolvimento humano.
·
A
escola é o espaço de encontro entre os conceitos ligados ao senso comum, aos
saberes individuais e comunitários e os conceitos científicos (saber
sistematizado, conhecimento socialmente produzido pela humanidade).
·
A
escola está inserida em um contexto social, político, econômico e cultural e
faz parte de sua tarefa pensar sua importância tanto na preparação para o
trabalho quanto na formação do ser humano;
OBJETIVOS DO PROGRAMA ESCOLA ATIVA
GERAL
Melhorar a qualidade do desempenho escolar em classes
multisseriadas das escolas do campo.
ESPECÍFICOS
a) Apoiar os sistemas estaduais e
municipais de ensino na melhoria da educação nas escolas do campo com classes
multisseriadas, disponibilizando diversos recursos pedagógicos e de gestão;
b) Fortalecer o desenvolvimento de
propostas pedagógicas e metodologias adequadas a classes multisseriadas;
c) Realizar formação continuada para os
educadores envolvidos no programa em propostas pedagógicas voltadas ás
especificidades do campo;
d) Fornecer e publicar materiais
pedagógicos que sejam apropriados para o desenvolvimento da proposta
pedagógica.
Considerado uma das mais eficientes
ações para diminuir a contaminação por agrotóxicos, o programa “Campo Limpo”,
realizado desde 2001 pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), em
parceria com o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias
(Inpev), alerta sobre a necessidade de retirar do campo o material tóxico, para
que seja reciclado. O programa objetiva a redução do impacto ambiental, por
meio da destinação final adequada dos vasilhames plásticos.
Principal
ação de educação e conscientização ambiental do sistema de destinação de
embalagens vazias de agrotóxicos, o Dia Nacional do Campo Limpo, comemorado em 18
de agosto, traz como novidade o projetos com temas variados a cada ano, voltado
a alunos do ensino fundamental I e II. De acordo com o inpEV, a iniciativa
reforça o comprometimento de todo o setor agrícola para com a educação
ambiental e a formação de cidadãos responsáveis e participativos na construção
de um planeta mais saudável.
Alinhado
às recomendações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), o programa
educacional idealizado pelo inpEV, e levado às instituições de ensino pelas
centrais de recebimento de embalagens vazias, tem previstas atividades como
concursos de redação e desenho, visitas às centrais de recebimento de
embalagens vazias de agrotóxicos, entrevistas com os gestores das centrais,
além de atividades sobre o lixo doméstico.
MARCO
OPERACIONAL
Queremos construir uma escola que contribua
na formação de homem e sociedade. Em virtude disto, optamos por uma educação
que tenha como referência a realidade, que propicie a reflexão pelo
desenvolvimento da consciência crítica, respeitando o aluno em suas crenças,
seus valores morais, culturais e éticos. A Escola do Campo de Camacan,
sustentada por este ideário, centrada nos pricípios éticos que permeiam a
conduta e os direitos do ser humano, acredita que, por meio de uma metodologia
problematizadora, adotada como proposta, poderá propiciar uma ação
transformadora.
Esta metodologia, assumida pelo corpo docente da escola, é
aquela que propicia troca entre discentes e docentes, que tenha flexibilidade,
que respeite o aluno na sua individualidade, levando-o a formação de uma
consciência crítica e transformadora.
É preciso
definirmos o conjunto de ações necessárias a realização do mesmo,e, para tanto
pretendemos adotar um modo de agir que fundamente nossa concepção (que pode ser
definida como sócio-interacionista). É a própria interação que fundamenta esse
agir e, por isso requer:
· Que haja pleno desenvolvimento das
pessoas como sujeito;
· Que haja compromisso com a defesa dos
direitos humanos, com a não-discriminação e com a preservação e a recuperação
do meio-ambiente.
· Que seja garantia de liberdade de
expressão como requisito fundamental para o exercício da democracia na escola
pública.
· Que o dialogo permanente revele e
ajude a superar a posição de confronto entre os que sabem e os que ainda não
sabem;
· Que a ação democrática e cidadão
possibilite à educação, como garantia de permanência e sucesso dos alunos;
· Que haja proposição das diretrizes
para avaliação geral de desempenho dos docentes e demais funcionários;
· Que haja definição clara do papel de
cada um na organização do trabalho da escola;
· Desenvolver nos bimestres conselhos
de classe, que permitam participação dos pais e dos alunos;
· Adoção de uma prática reflexiva no
que se refere aos planejamentos e avaliações entre os diferentes períodos
(anuais, por unidade e quinzenais-A/C e que se possível seja feito por escola);
· Utilização da hora-atividade para
discussões, diagnósticos e possíveis soluções para problemas de sala e/ou
individuais, assim como de estudo e discussões de textos;
· Prática constante de ações que
melhorem a auto-estima e motivação de professores e alunos.
· Redimensionar a gestão democrática:
Conselho Escolar, Conselho de Classe e APMF – Associação de Pais Mestres e
Funcionários.
· Definir ações relativas a formação
continuada de professores, funcionários, conselheiros e pais, em termos de
atendimento as especificidades dos níveis e modalidades de ensino;
· Qualificar os equipamentos e espaços
pedagógicos como: salas, bibliotecas, laboratórios, pátios, etc.
QUEREMOS UMA ESCOLA QUE:
· Esteja atenta a mudanças com base nos
princípios, valores, prioridades e compromissos democráticos, onde, em função
da Gestão Democrática, Equipe Pedagógica, Professores, Alunos, Funcionários e
Pais adotem como fundamentos norteadores, os princípios éticos de autonomia,
responsabilidade, solidariedade e respeito ao bem comum;
· Priorize pelos princípios estéticos,
da sensibilidade, da ludicidade e da diversidade, e que garantam aos
profissionais da educação a formação continuada, fundamentando-os para
diversidade metodológica;
· Os princípios políticos dos direitos
e deveres de cidadania, do exercício da criatividade e respeito a ordem
democrática que serão explícitos e executados através de projetos
interdisciplinares pontuais e comemorativos;
PARA ISSO ENTENDEMOS QUE SERÁ
NECESSÁRIO:
· Processo participativo (planejamento
articulado com troca de experiência entre professores);
· Atividade de planejamento mensal ou
quinzenal;
· Evitar ao máximo a formação de salas
multi-seriadas ;
· Enfatizar a participação da
comunidade para o bom desenvolvimento da escola, através da gestão democrática
e a efetiva participação da APMF, dos Conselho de Classe e Conselho Escolar;
· Participação da comunidade na
construção do currículo da escola para que contemple seus anseios e
diversidades;
· Que o currículo contemple a questão
do campo e preservação do meio-ambiente;
· Construção de veículos de informações
entre pais, alunos e professores (mural de informações);
· Produzir momentos de reflexão sobre a
estrutura física da escola, suas necessidades e anseios (estrutura, organização
e limpeza, televisores).
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SAVIANI, Demerval. Pedagogia
histórico-crítica: primeiras
aproximações. 10.ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2008. – (Coleção
educação contemporânea).
Caderno de orientações pedagógicas para formação de
educadoras e educadores. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade, 2010. (Programa Escola Ativa).
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes
e Bases da Educação Nacional. Diário
Oficial [da República Federativa do Brasil],
Brasília, DF.
BRASIL, Secretaria de Educação
Fundamental. Parâmetros curriculares
nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de
Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEE, 1997.
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